Estar longe do seu lar não é algo muito agradável. Estar longe de onde você cresceu, nasceu e viveu toda a sua vida pode se tornar um grande desafio. Seja por motivos culturais ou econômicos, o medo de ficar sozinho e longe de quem você ama é um pensamento assustador.
Agora, essa situação fica ainda mais difícil quando você se dá conta de que isso não é culpa sua. E ainda, que procurar por outro lugar longe dos problemas é a única alternativa coerente. Sendo que uma das consequências disso é você se tornar um refugiado.
Os refugiados
A etimologia da palavra refugiado vem de Refugiare, que indica a busca de abrigo e proteção. Por conta disso, podemos compreender que os refugiados também têm seus direitos garantidos, uma vez que buscam abrigo e proteção por conta de perseguições motivadas por religião, guerras, raça ou política. A fuga de conflitos sempre foi um dos grandes causadores da procura de refúgio por boa parte das pessoas.
Blindados pela Constituição e pelo Direito Internacional, os refugiados contam com leis que podem colaborar com sua imigração a novos territórios. Mesmo com a barreira linguística e cultural, eles sempre podem contar com alguma ajuda humanitária, presente no Estatuto do Refugiado.
Mas, e quando devemos relacionar o refúgio com um tema além de religioso, político e perseguição por raça? Existe um novo motivo que tem levado diversas pessoas a esse tipo de atividade, criando, assim, um novo tipo de refugiado: o refugiado climático.
A crise climática
Com os crescentes problemas climáticos e total falta de consciência por meio dos grandes líderes mundiais, criou-se um devastador cenário para o futuro dessa população: os refugiados climáticos.
Entende-se por “refugiados climáticos” como sendo aqueles que procuram abrigo por conta de desastres climáticos. Porém, cumpre destacar que as causas para o surgimento dessa categoria podem estar atreladas, também, à crise climática causada pela poluição, aquecimento global, desmatamento e pecuária.
Sendo uma realidade, a crise climática agravada por diversos fatores ambientais respalda tal teoria, entendendo que apesar das grandes corporações e empresas se pautarem no Direito Ambiental, existem diversas razões para rever os principais tópicos e as metas que devem ser impostas para evitar um futuro assustador. Ações como a Conferência de Paris (COP – 21), onde os países participantes concordaram em diminuir a emissão de gases para retardar o efeito estufa. Assim como o Protocolo de Kyoto, também em prol da redução da emissão de gases poluentes na atmosfera. Iniciativas assim são essenciais para que a sociedade abra os olhos em relação à catástrofe iminente que estamos nos aproximando, mesmo que o cumprimento dos tratados ainda esteja pendente.
E apesar dos esforços, o cenário tende a continuar mais preocupante para os refugiados. Por isso, o Direito dos Refugiados Ambientais é um tema delicado e extremamente importante para ser discutido.
Boas-vindas!
Entender de forma empática que a busca por abrigo e proteção pode chegar a todas as pessoas em algum momento, nos ajuda a criar uma corrente solidária que pode romper barreiras culturais e linguísticas.
Por mais que os motivos de imigração dos refugiados ambientais possam ser evitados, nós, como sociedade, devemos entender e criar laços de acolhimento com as pessoas que estão sujeitas a passar por tal situação.
Fazer sua parte é essencial para uma evolução social, englobando todas as pessoas e esquecendo das barreiras. É preciso entender que a ajuda mútua entre sociedade, empresas e governos pode ajudar a desacelerar a crise climática e a promover o acolhimento dos refugiados.
Fontes:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/100860/309177.pdf
https://www.scielo.br/j/remhu/a/6RvcMPkjMrpF4Hn7ttNdJkS/?lang=pt